(nesta fotografia o Diogo tinha uma meia cedida pela mamã da Júlia, uma bebé que nasceu prematura e muito muito pequenina. O objectivo era que o Diogo não conseguisse tirar o cateter. Foi a única vez que ele não saiu e não teve que ser mais "torturado". Obrigada Júlia.)
Na passada quinta feira fomos à consulta com a Prof. Dra. Clementina.
A Dra. Clementina é psicóloga de bebés e fundadora da For Babies, um centro onde há aulas debaby sence (estimulação físca, multi-sensorial, emocional ecognitiva), ballet, ginástica, yoga, dança, artes plásticas... e consultas de psicologia.
Podiamos ter ido à For Babies mas fomos antes ao Instituto Cuf do Porto onde a Dra. dá consultas todas as quintas-feiras de manhã e onde são também as consultas de pediatria do Diogo. Tinha lógica para nós, que ele enfrentasse o medo no local onde é assistido quando está doente.
Cheguei primeiro que o Diogo. Ele foi lá ter com o pai e mal de viu começou a chorar. Piorou quando entrou no consultório. Durante 15 min. pediu para se ir embora ao mesmo tempo que soluçava com terror nos olhos.
A Dra. tentou "comprá-lo" com brinquedos, sem sucesso. Com desenhos. Com uma bola. Até que percebeu que o melhor era mesmo abrir a porta para ele não se sentir preso. Foi aí que ele se acalmou... Sentiu que não estava preso. Não foi embora, ficou à porta a chamar por mim. Nesse momento a Dra. pegou nele ao colo com o consentimento dele, e foi passear pela área. Depois de lhe mostrar os consultórios veio para dentro, deixou a porta aberta e mostrou-lhe o computador. Captou a atenção dele de imediato. Sossegou ao ver os desenhos favoritos dele no youtube, o Pingu.
Veio para o meu colo e ás vezes pedia para ir embora... mas sossegou.
A Dra. Clementina começou por perguntar como tinha sido a gravidez, o parto e o pós parto até aos dias de hoje. Tanto para mim como para o Diogo.
Explicamos tudo. O que ele passou no pós parto, as cólicas, o mau dormir até aos 8 meses... etc. E de facto a nossa teoria que parecia uma estupidez para a antiga pediatra, está correcta. Todo este trauma que envolve hospitais e médicos vem dos primeiros dias de vida do Diogo. Quando ele deveria estar com a mãe estava sozinho numa incubadora a ouvir barulhos estranhos e a ver imagens brancas. Sentiu-se sozinho e abandonado. Picaram-lhe os braços, as mãos as pernas e os pés para introduzirem um cateter. Foi uma brutalidade que nunca mais vou esquecer (e que sinceramente me dá arrepios ao pensar que ao ter outro filho possa acontecer o mesmo).
O que fazer agora: mudar o horário da sesta, fazer com que durma para que se mantenha mais calmo e que a memória a longo prazo não fique prejudicada. Brincar ao faz de conta, fazer de conta que ele é um médico.
Já encomendei 2 livros "O Diogo vai ao médico" e o "José vai ao médico" e vamos comprar também uma malinha de médico. Com a brincadeira vamos matar este medo.
Esta quinta-feira estaremos lá novamente.
Que foto linda, que sono gostoso:)
ResponderEliminarDeve ter sido realmente uma experiência traumática para o Diogo e para vcs, pais.
Boa sorte!
Bjs!
Tão fofo. Compra-lhe a malinha de médico, a M. tem uma e adora, passa a vida a dar-nos consultas! Bj
ResponderEliminarJá lhe compramos ontem. Agora já o tratamos de Doutor Diogo quando estamos a brincar.
EliminarQue foto linda!
ResponderEliminarComo percebo esse trauma. Entrar numa sala de neo e ouvir apitos por todo o lado...
Também passou pela Neo?... é assustador.
EliminarPassamos sim! Os gémeos nasceram de 33 semanas e tiveram 24 dias na neo. O Santiago teve 3 dias ligado ao Cipap em risco de vida, tinha uma infecção muito grande e os medicos preocuparam-nos muito. Custava tanto chegar a casa e ver os berços vazios, questionar-me se estariam bem. Felizmente tudo correu pelo melhor e aqui estamos com os nosso 4reizinhos.
ResponderEliminarAinda bem que as coisas estão a melhorar, certamente que tudo irá ficar bem :)
ResponderEliminar