terça-feira, 20 de outubro de 2015

No porta luvas


Hoje de manhã saí a correr como quase todos os dias. Tinha que ir levar o Diogo à avó que no caminho insistia que queria comer cereais com leite. Ele toma lá o pequeno almoço quando acorda tarde. Vai de pijaminha. Adoro-o ver de pijaminha e com cara ensonada. 
Ainda que atrasada decidi mudar o CD do carro que já rolava há imenso tempo. Fui ao porta luvas e estava por lá um CD sem título. Decidi ouvir o que lá estava gravado e recuei anos atrás. 

Naquele CD estavam musicas que devo ter gravado ainda na faculdade. Musicas que ouvi nos phones quando saía de casa ás 6h da manhã para ter aulas ás 9h. Apanhava três autocarros. Depois veio o metro e facilitou um bocadinho. 
Podia ter ficado a morar na residência mas o meu pai morreu em Agosto e eu entrei em Setembro. Não quis deixar a minha mãe sozinha. Fui quase eu a mãe durante bastante tempo. 

Lá ia eu. De mochila ás costas com um portátil pesadíssimo dos antigos, um tubo e uma mala cheia de material. Parecia uma tartaruga. Sempre a ouvir musica. 

Ás vezes tenho saudades desse tempo. Ás vezes não. 
Mas é bom voltar a ouvir aquela velha música.



3 comentários:

  1. E não surgiu a pergunta: "como é possível eu ter ouvido isto um dia?"

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  2. I know the feeling! Mas damm, não é só da música! Saudades daquela liberdade de sair quando quisesse, de chegar a casa e ter sempre o jantar feito, a cama mudada e a roupa lavada…. :x

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