Quando era pequenita morava em frente aos meus primos e no natal com eles e com a minha irmã iamos à feirinha de natal que a freguesia organizava. Os nossos pais davam-nos dinheiro, lembro-me que uma vez foi 2000$ e achei uma loucura. Com esse dinheiro tínhamos que comprar uma lembrança para todos membros da família. Passávamos o Natal com os meus avós, em casa deles e com os meus tios. O meu avô nessa época, estava sempre doente. No dia de natal fazia anos, na véspera fazia a minha mãe.
A feirinha tinha um cheiro característico. Cheirava a madeira muito antiga. Foi esse cheiro que relembrei. Cheirava a livros velhos. A papel amarelo e linhos. Cheirava a pinheiro e a maçãs.
Nós íamos todos contentes. A minha irmã, como era a mais velha, geria o dinheiro e nunca sobrava nada. Dávamos coisas pequeninas. Um barquinho de madeira, bases para copos, uma caneta bonita, etc.
A acompanhar o presente ia o nosso jornal.
A minha irmã queria ser jornalista então dedicávamos algumas horas das nossas férias de natal a criar o nosso jornal. Tinha notícias, jogos, adivinhas e o horóscopo. Lembro-me de estarmos sentados à volta de uma mesa que a minha mãe tinha com pernas de metal e tampo de madeira preta e vidro a escrever e a pintar. Não tínhamos computador, era tudo feito à mão.
A entrega dos presentes era uma animação. As vezes ficavam com lágrimas nos olhos e riam muito.
A minha mãe ainda tem algumas coisas e na sala tem um barquinho desde esse tempo.
Que memória tão bonita! Adorei ler! :)
ResponderEliminarComeça a cheirar a natal... fantástico...
ResponderEliminarQue texto maravilhoso e que recordações amorosas! Adorei! <3
ResponderEliminarQue giro, realmente recordar é mesmo viver :)
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