Carrinhos

No domingo fomos até à casa da minha mãe passar um bocadinho de tempo com ela e com a minha tia que mora logo em frente.

A minha tia nunca teve uma vida fácil. Ficou viúva tinha uma bebé de um ano nos braços. Recentemente ficou viúva novamente, na véspera de Natal, um ano depois do próprio pai ter partido. Mas há uma coisa que admiro tanto nesta mulher: nunca está triste. Tem um dom natural de fazer qualquer pessoa rir e tornar o ambiente mais leve e divertido. Apesar de todos obstáculos que a vida lhe apresentou ela superou sempre. Caiu, levantou-se e sorriu para o que aí vinha. Parece frágil mas tem uma força que move horizontes.

Ao chegarmos lembrei-me de perguntar à minha tia se tinha carrinhos guardados do meu sobrinho e ainda do filho dela, brinquedos que eu e ele brincamos há muitos anos atrás. Ela virou costas e apareceu com um saco pesadíssimo cheio de carros até cima. Imaginam a excitação do Diogo não? Eu nem sei quantos carrinhos estariam dentro do saco...mas eram dezenas e dezenas. 

Há umas semanas atrás um colega do trabalho disse-me que praticamente não compra brinquedos novos para o filho. Vai sempre a uma loja de usados e encontra brinquedos praticamente novos. Fica muito mais barato e com este gesto está a ajudar alguma instituição associada a essa loja e ao mesmo tempo a dar um sorriso ao filho. Acho um gesto muito bonito.