quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Ser mãe é a tropa das mulheres

Achei o texto da Sofia Anjos no Público genial. Revejo-me em muitas frases que deixo aqui:

"Consigo segurar o biberão com o queixo. Foi uma questão de dias, após o bebé nascer, até descobrir umas quantas tarefas que podem ser feitas com uma só mão. Algumas com dois dedos apenas. Penso que se um dia ficar maneta, safo-me."

"Dorme, acorda, esteriliza biberões, muda a fralda, mantém-te acordada, amamenta, lava a roupa bolsada, põe a chucha, mantém-te acordada, não-café-não, embala antes a miúda, não-sentada-não, levanta-te, embala de pé, canta, abana-te o mais que puderes, de preferência ligeiramente curvada que ela adormece mais rapidamente."

"O banho é o vislumbre de um oásis no deserto com um minuto para o champô, outro para o amaciador e, enquanto este repousa, ensaboo bem o corpinho pois não sei quando terei outra oportunidade. Ao todo, cerca de dois minutos: sempre se poupa na conta da água e não chega para embaciar o espelho."

"Ser mãe é uma profissão, é um emprego full-time sem carteira profissional, sem descontos para o Estado, sem Segurança Social. É a profissão ilegítima socialmente mais legal e que transgride todas as leis laborais. Não há horários afixados em lado nenhum, não me pagam horas extra, feriados ou subsídio de alimentação. Só vou para casa quando o trabalho estiver concluído, ou seja, daqui a uns 20 anos."

"Quanto mais dias passam, mais gosto da minha bebé."


Absolutamente verdade. Ser mãe é um emprego full time para toda a vida.
Também aprendi a fazer tudo só com uma mão, o Diogo adora e é completamente viciado no meu colinho (eu se fosse mais pequenina também ia querer sempre o colinho da minha mãe...). 
Dei de mamar e trabalhava no computador ao mesmo tempo para a empresa onde trabalho mesmo devendo muitas e muitas horas à cama. Durante 10 meses não soube o que era dormir uma noite inteira e até aos 8 o Diogo acordava até 10 vezes por noite. Gostava de mamar inúmeras vezes e adormecer embalado ao colo...ele dormia, eu chorava silenciosamente para não o acordar. Morria de sono. De cansaço. 
Até aos 5 teve as tais cólicas horríveis que me deixavam o cabelo em pé... ás 19h00 todos os dias o choro começava.
Não é fácil... mas ao mesmo tempo... é maravilhoso. É maravilhoso vê-lo sorrir, a descobrir o mundo, a reconhecer a mamã e o papá, a sentar-se e a começar a brincar, a comer, a gatinhar...a tentar levantar-se sozinho.
Somos super mulheres. Aguentamos tudo. As dores de parto, o cansaço extremo, a pressão de ter um ser pequenino que depende completamente de nós e ao mesmo tempo somos esposas, donas de casa, trabalhadoras. Conseguimos pensar em inumeras coisas ao mesmo tempo "é preciso comprar isto, é preciso lavar a roupa, é preciso aspirar, ... será que tem fome? E frio? Serão cólicas? Que vou fazer para o jantar?!"

Sim, somos mesmo super mulheres.

1 comentário:

  1. Texto bacana, são realmente ótimas definições sobre as "super mulheres";)
    Beijos!

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